Planos (ou Einstein Gasparetto in verbis)

Cada vez mais reforço em minha cabeça a ideia de que nos é impossível lograr êxito em planejar toda a nossa vida, sobretudo quando a realidade mostra que, em verdade, os planos é que nos escolhem.

Não digo que estes planos cheguem a nós de forma aleatória. É fácil culpar o azar ou o destino quando nada dá certo e esquecemos de que nossas vidas estão cheias de causa e efeito; quando olvidamos que atos passados repercutem no plano das consequências futuras.

Não quero dizer também que é impossível traçar metas simples, tais como acordar cedo todos os dias, dedicar-se aos estudos, praticar exercícios físicos ou mesmo tentar a cada dia ser um bom cristão. Mas programar TODA uma vida?

Vou buscar meu argumento de autoridade recorrendo às ciências exatas, mais precisamente nos tópicos da composição de movimento da Física Mecânica. Tomo como exemplo clássico o do barco que deseja atravessar as margens de um rio. Você é o barco e o rio é a vida.

Ao tentar a travessia perpendicularmente tentando atingir o ponto B (o plano), o barco fatalmente atingirá o ponto C, diverso do pretendido.

Para atingir o ponto desejado é necessário saber seu ângulo de inclinação, as velocidades do barco e da correnteza e considerar ideais todas as condições. Afora tudo isso, o maior dispêndio de energia. Difícil, não?

Tão difícil quanto o próprio planejamento, é este dar 100% certo. Não atingir o objetivo esperado(planejado) não é nenhuma tragédia. Quem garante que o ponto B é o melhor? Por que o ponto C ou qualquer outro ponto não pode trazer maiores vantagens?

Talvez o segredo da felicidade seja estar preparado para trilhar novos (e inesperados ou mesmo improváveis) caminhos. Imagine-se agora como sendo um corpo ligado a um fio realizando Movimento Circular Uniforme:

  

A vida segura, certa, cíclica, planejada desde o começo pode ser tanto utópica quanto chata. Experimente livrar-se dos grilhões da Força Centrípeta e aproveitar todas as possibilidades que pode te oferecer a saída pela tangente.