quinta-feira, 1 de março de 2012

Conceitos Indeterminados (ou Ansiolíticos a Granel)

Ontem meu post falava sobre como acho contraproducente fazer planos para toda a vida. Não condeno, entretanto, quem os faça. Apenas prefiro os planos pontuais. Enfim, seja ele global ou parcial, às vezes esquecemos de algo essencial dentro do iter procedimental do planejamento: preparar-se para o fracasso. 

Quando acontece o insucesso de determinado projeto, o amargor nos é apresentado em diversas formas: decepção, frustração, malogro, desapontamento, desesperança, desilusão... Variações do mesmo tema sem sair do tom, parafraseando Os Paralamas do Sucesso, com a devida vênia.

E isso já ocorreu e continuará ocorrendo em nossas vidas. "Problemas sempre existiram e sempre existirão" (Engenheiros do Hawaii). E lembrar de Distribuição Binomial dentro do estudo das Probabilidades mostra que aquela máxima "a chance de dar certo é 50%!!!" nem sempre é verdadeira. O cálculo é esse:
O que eu quero dizer amigos, é que dentro da equação envolvendo fatores tais como Planejamento e Expectativas, o resultado PODE ser o Fracasso. E neste caso, estaremos diante do que venho chamando de VÍCIO DE INSATISFAÇÃO. A minha, a sua, a nossa vida podem ser MARAVILHOSAS em diversos aspectos. Mas basta um pequeno revés para "encher seu saco". Ou não é verdade?

Eu sei que ontem também disse que o segredo da felicidade gira em torno da capacidade de trilhar o caminho inesperado, ou seja, em preparar-se para o fracasso e tentar aproveitar as novas circunstâncias (tendo-se então apenas um aparente fracasso). Mas não disse que isso era fácil. Especialmente com tanta insatisfação a nos rodear. 

Para não cair em contradição, como sugerido em uma mesa de bar, lanço mão dos ensinamentos de Aristóteles. Para o filósofo, a virtude é o meio-termo e o vício se dá em sua falta ou em seu excesso. A felicidade deve ser uma virtude. Ergo, apenas aqueles virtuosos, que atingem o meio-termo, são capazes de ser felizes. Os demais, caem no VÍCIO DA INSATISFAÇÃO.

Sem motivo para desespero. Afinal, o que é virtude? O que é meio-termo? Qual o padrão de felicidade? Idealizar uma "felicidade plena" é perca de tempo. Planejá-la então... Insatisfeito sim. Derrotado, não. Conformado: JAMAIS. Como diria Fernando Pessoa, "o homem é do tamanho do seu sonho". Queira! Busque! Corra atrás! Apenas prepare-se para a dor de cabeça.

4 comentários:

  1. sem essa busca interminável pela felicidade, pela solução dos problemas, que sentido a vida teria? talvez por isso que acho ser inerente ao ser humano essa incessante procura, por mais utópica que possa parecer...

    a felicidade não está no fim, mas no caminho! é o que faz a vida compensar, ter sentido!

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    1. Exatamente. É pé no acelerador e pé no chão. Que nem o carro dos Flintstones.

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  2. Esse blog já já entra pra "Folha"...
    Ass Lucas Dantas

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  3. Vou tentar encarar seu comentário como um elogio, Ju...

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