A visita à minha Pasárgada se
aproxima e eis que eu, tal qual um dos cães de Pavlov, começo a dar mostras do
já esperado comportamento diante de tal situação: durmo e como mal, me
concentro menos, fico menos paciente (pode, Arnaldo?), mais estressado e mais
ansioso. Razões não faltam.
Manuel Bandeira que me perdoe,
mas lá, não sou amigo de Rei nenhum. Au
contraire, lá sou o monarca dos reinos que criei com o passar do tempo. Um
Rei Iluminista, claro. De absoluto mesmo, só o fraterno laço que me une a cada
súdito/amigo. Meu amigo-pai, minha amiga-mãe, minha amiga-irmã, minha
amiga-esposa, meu amigo-filho e ELES, sempre ELES... Os amigos-amigos. Era o
que eu achava.
Mais recentemente, tenho
percebido que não é bem assim. Como pode um Rei ter apenas a coroa, o
cetro e o trono? Como conceber um Rei sem PODER? Sem poder abraçá-los, sem poder
beijá-los, sem poder fazer-se presente quando dele necessitam, sem poder com
eles confraternizar? Não... Não sou Rei coisíssima nenhuma.
Apelando aos ensinamentos da biologia,
chego à conclusão de que com eles vivo em relação de necessária simbiose,
infalível e infungível. Pelo menos no que diz respeito a mim. Separe-me deles e
eu hei de sucumbir. E sei disso porque me faltará amor.
Amor este que resumo em palavras
de Mário Faustino. É “amor feito de insulto e pranto e riso, amor que força as
portas dos infernos, amor que galga o cume ao paraíso. Amor que dorme e treme.
Que desperta e torna contra mim, e me devora”. E quando a vida não está fácil,
é em ti amigo que me recosto, pois, nos dizeres do MAIS BELO HINO DE TODOS OS
TEMPOS, “a vida no teu seio é mais amena, na doce calidez do teu amor”.
Não coincidentemente, publico
este texto no dia 14 de fevereiro, DIA DA AMIZADE e DIA INTERNACIONAL DO AMOR.
E o dedico, com amor, a todos os amigos.
Meu amigo-marido, espero ansiosa a sua chegada!!!
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