quarta-feira, 23 de maio de 2012

España es mi huevo: Pintor brasileiro entra em greve de fome após ser preso e deportado da Espanha

Após ser sido detido por 30 horas no Aeroporto de Madri e ser deportado sem qualquer justificativa, o artista plástico Menelaw Sete entrou em greve de fome como forma de protesto contra o tratamento oferecido pela Espanha a imigrantes brasileiros. Entre os últimos dias 17 e 18 de maio, quando permaneceu preso em Madri, produziu ainda 40 desenhos nos quais critica a atuação dos oficiais alfandegários do país.

Um dia antes da deportação, era o ministro de Relações Exteriores e Cooperação da Espanha, José Manuel García-Margallo, que voava para Madri após visitar o Brasil e se reunir com o chanceler Antonio Patriota. Na ocasião, se comprometia com o Itamaraty  a “trabalhar para que essas dificuldades sejam resolvidas de forma imediata”.

Menelaw viajava para Milão, na Itália, onde participaria de uma exposição de suas obras. Em entrevista ao jornal El País, conta que viaja “há 15 anos pela Europa com a mesma documentação” e que “tinha um convite para o evento”. Mais além, revelou que “não conseguiu falar com o Consulado brasileiro” e que, no espaço de detenção, “só havia negros, mexicanos e brasileiros”.

De volta ao Brasil, recorreu ao Consulado da Espanha em Salvador e conseguiu ser atendido pelo cônsul Jacobo González-Arnao Campos. Pediu então que a autoridade diplomática reunisse os meios de comunicação e fizesse uma retratação pública sobre o caso.

O artista também conversou com o jornal O Globo e explicou que se sentiu obrigado a aderir à causa “porque os brasileiros estão sendo tratados de forma humilhante na Espanha”. “Minha indignação não é tão pessoal, mas sim pela forma que tratam as pessoas”, conclui.

Questionado sobre as condições em que foi mantido, revelou que não teve nem mesmo permissão para tomar banho durante as 30 horas que permaneceu detido.  “A comida é horrível e só podemos beber água durante as refeições.Havia homens, mulheres e crianças. Estavam todos desesperados”, conta.

Ele garante que os 40 quadros que pintou durante sua detenção serão  apresentados em sua próxima exposição, pois será uma forma de de mostrar como entrar hoje na Península Ibérica tornou-se uma “questão de sorte”.

Menelaw Sete produziu 40 telas de crítica à alfândega espanhola
durante as 30 horas que permaneceu detido

Fonte: Opera Mundi


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