quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Da série “Análises Nada Técnicas”: Garota Exemplar (concorrendo a categoria de Pior tradução de título ao lado de “Amor Sem Escalas”, “Medo.com.br”(br?) e “Encontros e Desencontros)



Eu não sei o que é “direção de arte”, não entendo nada de “enquadramento”, acho que sei mais ou menos o que é uma boa trilha sonora, mas não me pergunte mesmo o que faz um filme ganhar o Óscar de Melhor Figurino! Então, amigos, isso é uma análise NADA técnica. É só uma opinião. Como quando você prova um prato novo e acha bom ou ruim, sem querer saber o nome do peixe ou em que temperatura ele foi flambado (sempre sonhei usar essa palavra; essa e “comezinho”... mas ainda não encontrei o contexto).

Esse sorriso custou caro... Pros dois!


Garota Exemplar é um filme DOIDO. Tenso. Diferente de qualquer baboseira que o título traduzido leva a pensar. Mesmo contando com mais de duas horas de duração, passa rápido, porque desde o início lhe prende. A história caminha para rumos inesperados levados pela mente perturbada de uma mulher MUITO, mas MUITO louca MESMO. (Eu falei LOUCA?).

O diretor é o mesmo de Seven, Clube da Luta e A Rede Social. Vocês sabem quem é! O mesmo filho da mãe que produz o “House of Cards”. 

Ai, menina!


Tem o Ben Affleck e a gostosa bond-girl Rosamund Pike. Então, pelo menos bonito o filme é!



A partir de agora, o SPOILER vai rolar solto!

Quem foi que disse que o amor não fere? Não machuca? Que as pessoas que você ama não serão aquelas que mais o irão machucar? Não existe mesmo um lado negro do amor? O amor é bom como diz a Bíblia? Não se mata por amor? Não se morre de amor? Quantas vidas foram destruídas em nome do amor? Todo mundo foi feito para amar? Ou existem pessoas que não suportam a grandeza de tal sentimento? Quando dizem que o amor pode TUDO, o que exatamente eles querem dizer?

Foi isso que esse filme me fez pensar. E não faço ideia para metade dessas questões.

Em minha opinião, a Amy (esposa louca) ama o Nick. Ama mesmo. Só que de um jeito muito particular. Um jeito destrutivo certamente, mas ama. Afinal, o plano tão perfeitamente calculado dela caí por terra quando ela vê que o conseguiu humilhar e fazê-lo sentir o peso do seu amor. Ela poderia ter se sentido satisfeita com sua já bem sucedida vingança, mas preferiu o amor dela à vingança. E quer saber? Funcionou que foi uma beleza. Nunca mais na história do cinema tinha testemunhado um final onde o “mal” prevalece de forma tão fascinante (fica ali ao lado de “Jogos Mortais”). Não recomendo a ninguém a fazer o que ela fez, mas ela provou seu ponto de vista e ainda salvou seu casamento.

Ela é do mal? Bom, ela não vai concorrer ao Nobel da Paz 2015! O filme deixa em aberto se as condutas que ela teve no passado com outros namorados não foram também nocivas... Eu entendi que ela já sacaneou uns dois no passado. Mas nem eu nem o filme nos preocupamos em aprofundar a questão e nem em julgá-la. Se ela fez merda ou não no passado, para mim parece irrelevante, mas acho que ela está sendo sincera quando diz que AMA o marido dela. O problema é que ela AMA demais.

O filme mostra o quanto um casamento se baseia também em mentiras. Afinal, acredito que se você soubesse tudo sobre a vida de uma pessoa, você jamais ficaria com ela. Num trecho muito particular, a Amy dá uma definição foda sobre o que é o casamento. E me convenceu!

Achei um filme da porra! Impactante! Mas acho que as lições que ele defende não são assim tão acessíveis a todos. Fala mal do casamento, mostra outro lado do amor e até critica um pouco o quanto a mídia pode ser maldosa e pré-julgadora. 

Recomendo, mas não para corações fracos! (Ou apaixonados)

Ah, não gostei desse filme, não!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário