Eu não sei o que é “direção
de arte”, não entendo nada de “enquadramento”, acho que sei mais ou menos o que
é uma boa trilha sonora, mas não me pergunte mesmo o que faz um filme ganhar o
Óscar de Melhor Figurino! Então, amigos, isso é uma análise NADA técnica. É só
uma opinião. Como quando você prova um prato novo e acha bom ou ruim, sem
querer saber o nome do peixe ou em que temperatura ele foi flambado (sempre
sonhei usar essa palavra; essa e “comezinho”... mas ainda não encontrei o
contexto).
Esse sorriso custou caro... Pros dois! |
Garota Exemplar é um filme
DOIDO. Tenso. Diferente de qualquer baboseira que o título traduzido leva a
pensar. Mesmo contando com mais de duas horas de duração, passa rápido, porque
desde o início lhe prende. A história caminha para rumos inesperados levados
pela mente perturbada de uma mulher MUITO, mas MUITO louca MESMO. (Eu falei
LOUCA?).
O diretor é o mesmo de
Seven, Clube da Luta e A Rede Social. Vocês sabem quem é! O mesmo filho da mãe
que produz o “House of Cards”.
Ai, menina! |
Tem o Ben Affleck e a gostosa bond-girl Rosamund
Pike. Então, pelo menos bonito o filme é!
A partir de agora, o SPOILER vai rolar solto!
Quem foi que disse que o
amor não fere? Não machuca? Que as pessoas que você ama não serão aquelas que
mais o irão machucar? Não existe mesmo um lado negro do amor? O amor é bom como
diz a Bíblia? Não se mata por amor? Não se morre de amor? Quantas vidas foram
destruídas em nome do amor? Todo mundo foi feito para amar? Ou existem pessoas
que não suportam a grandeza de tal sentimento? Quando dizem que o amor pode
TUDO, o que exatamente eles querem dizer?
Foi isso que esse filme me
fez pensar. E não faço ideia para metade dessas questões.
Em minha opinião, a Amy
(esposa louca) ama o Nick. Ama mesmo. Só que de um jeito muito particular. Um
jeito destrutivo certamente, mas ama. Afinal, o plano tão perfeitamente
calculado dela caí por terra quando ela vê que o conseguiu humilhar e fazê-lo
sentir o peso do seu amor. Ela poderia ter se sentido satisfeita com sua já bem
sucedida vingança, mas preferiu o amor dela à vingança. E quer saber? Funcionou
que foi uma beleza. Nunca mais na história do cinema tinha testemunhado um
final onde o “mal” prevalece de forma tão fascinante (fica ali ao lado de “Jogos
Mortais”). Não recomendo a ninguém a fazer o que ela fez, mas ela provou seu
ponto de vista e ainda salvou seu casamento.
Ela é do mal? Bom, ela não
vai concorrer ao Nobel da Paz 2015! O filme deixa em aberto se as condutas que
ela teve no passado com outros namorados não foram também nocivas... Eu entendi
que ela já sacaneou uns dois no passado. Mas nem eu nem o filme nos preocupamos
em aprofundar a questão e nem em julgá-la. Se ela fez merda ou não no passado,
para mim parece irrelevante, mas acho que ela está sendo sincera quando diz que
AMA o marido dela. O problema é que ela AMA demais.
O filme mostra o quanto um
casamento se baseia também em mentiras. Afinal, acredito que se você soubesse
tudo sobre a vida de uma pessoa, você jamais ficaria com ela. Num trecho muito
particular, a Amy dá uma definição foda sobre o que é o casamento. E me
convenceu!
Achei um filme da porra!
Impactante! Mas acho que as lições que ele defende não são assim tão acessíveis
a todos. Fala mal do casamento, mostra outro lado do amor e até critica um
pouco o quanto a mídia pode ser maldosa e pré-julgadora.
Recomendo, mas não para
corações fracos! (Ou apaixonados)
Ah, não gostei desse filme, não!!! |
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