"Meus amigos, futebol é coisa séria!", mas o que é sério mesmo, pretendo abordar neste post de hoje. O tema é tão delicado quanto importante. Afinal de contas, é essencial compreender e discutir política, apesar de não ser fácil. No entanto, minha tarefa não é tão ingrata porque não tenho por escopo levantar qualquer tipo de bandeira partidária.
Acontece que tem ocupante de mandato eletivo que faz na vida pública o mesmo que faz na privada. "Se eu fosse dizer nomes, a canção era pequena". E para evitar problemas, vou utilizar apenas situações hipotéticas, usando personagens fictícios. Senão vejamos:
1) Governador que sanciona lei aumentando o número de cargos passíveis de nomeação sem anterior aprovação em concurso público: "Pode?"; "Mas tem a lei...". Legal, mas imoral. Com o perdão da pífia comparação, é passar leite de rosas em sovaco catingoso sem tomar banho... "Cunveeeeeersa, rapaz!";
2) Esposa de Governador concorrer à cadeira de Conselheira do Tribunal de Contas do Estado: É demais! Cadê a impessoalidade? Cadê o controle externo? E cadê a tal da moralidade? É no mínimo, muita cara de pau. "Tá erraaado!!!";
3) Filhos do casal formado pelo Governador e sua esposa, a Secretária de Saúde, aprovados em concurso da Secretaria Estadual de Saúde: A ninguém é dado questionar a capacidade intelectual de quem quer que seja. Mas uma situação desse tipo, suja o mérito. Não à toa existe o termo suspeição. "Isso é uma vergonha".
É revoltante, mas acontece. E como acontece. São conjecturas absurdas, estratagemas espúrios, discutidos em encontros regados a uísque e charutos em casas de lenocínio. O que conforta é saber que há indignação. E não é aquela oportunista e eleitoreira apenas. É a mais pura, oriunda do VERDADEIRO E LEGÍTIMO dono do poder: o mais-que-nunca temido POVO.
Foi-se o tempo do panis et circencis. Timidamente aparecem os revoltados, que descruzam os braços e vão às ruas. De Impeachment a Ficha Limpa. De abaixo-assinado a #contraoaumento. Caras pintadas, mascaradas e revoltadas. A maquiagem de palhaço aparece em sinal de protesto e vem quase que em tinta indelével. O povo ganha espaço e ganha voz. E ganha força.
"Queria querer cantar afinado com eles. Silenciar em respeito ao seu transe num êxtase. Ser indecente, mas tudo é muito mau". Seria até recomendável que eu me calasse. Mas o que vale mais? O silêncio dos inocentes ou o brado dos valentes? "Tá comigo ou tá com medo?".
"Tchaa-aaaaaaaaau!".
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O Analfabeto Político
Berthold Brecht
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.